A mão deslizava-lhe pela pele branca e lisa como papel.Os olhos fechados,porta aberta da alma.O tocar do piano, a intensidade de cada nota ditava como o coração se envolvia em mãos que confiava.
O cabelo desgrenhado,fio por fio,mostrava que tudo ali naquele quarto era grande de mais para que não perdesse o controle.A respiração ofegante indicava, que não estava mais nas mãos dela,e que não era mais de seu controle.
Tomou um gole de café.Os lençóis,delgados como sua cintura,acariciavam-lhe a pele,deslizando delicadamente sobre a epiderme como se fosse seda.
Uma mordida,porque a cantena havia falhado.
A brisa era morna, tão morna tão húmida que lembrava-se do chuveiro ligado.Lembrava-se da agua que deixava o corpo nu coberto de gotículas brincalhonas, que com o mexer dançavam-lhe pelas costas.Virou a página.
Olhou em volta, meio realidade meio fantasia, ele ali real, seu corpo era demasia.Desistiu, pagou a conta e com as folhas em baixo do braço saiu pela rua.