segunda-feira, 30 de junho de 2014

castelo de areia

         Mágico, misterioso e envolvente, essas são as palavras. Despertou em meu âmago o amor mais puro, forte e revelador. Era como se toda aquela aventura que vinha a anos procurando se revelasse ali, na minha frente sem o menor pudor. Era quase um personagem de contos de fadas, o engolidor de espadas com seus olhos rodeados de tinta preta em um cenário que brilhava e cheirava cerveja.
           Entrelacei meus dedos sem seus cabelos lisos, mergulhei com todo meu dorso na imensidão daquele ser que por sua vez entendeu meu gritar mudo e acompanhou- me na fusão. Meu coração era brando, lindo como a muito não me lembrava, nossos peitos grudados como a um quebra cabeça de apenas duas peças. Jamais sairia daquele abraço espontâneamente, pois ali senti que lhe pertenci a vida inteira. Corações em fogo , brilhando rubro como lâmpadas elétricas.
        Tudo se foi, desabou com a mesma rapidez que se construiu. Os desencontro, inimigo declarado de todos nós. A chuva e a noite, eu já não buscava mais nada além do dono dos carinhos em meu rosto. Nada em lugar algum me interessava, nem mesmo os assuntos importantes do dia a dia . Tudo o que eu conseguia fazer era busca-lo incansavelmente na ânsia daquele sentimento que me havia provocado. Minha atenção à vida rotineira foi por água a baixo e jamais saberei se um dia a encontrarei de novo. Rezei, pedi a todos os santos e santas já imagináveis pelo homem, na busca daquela mágica. O mar já não era tão azul e andando no asfalto só sentia a areia escorrer-me pelos dedos.