sexta-feira, 10 de setembro de 2010
São paulo pra mim
Eu quero falar de são paulo, o que ela é pra mim e o que sempre representou.Sempre mesmo antes de deixar de morar la eu amava aquela cidade, pois tudo nela tinha haver comigo. Tudo.Talvez porque eu tinha uma vida lá, agora como turista me sinto deslocada, não conheço nem falo mais com a metade dos meus velhos amigos, e fico presa como se fosse uma viagem de família pra algum lugar bem chato.Mesmo com o cheiro de casa, é um lugar totalmente novo.Ela é uma cidade que nunca para, muda constantemente e se você não prestar atenção vai para traz, porém tem partes que nunca mudam, sempre continuam a mesma coisa com as mesmas pessoas.Lá talvez toda minha vivência era individual, la mesmo com mil amigos eu era tão "eu" que me divertia com isso.Eu com meu mundo e os outros la fora, só que aqui não é assim.Lá não havia igual a mim, lá eu era matriz.Pra não dizer que sou outra pessoa alguns resquícios desde sempre me acompanharam como a paixão por tudo que é diferente, como a critica ao modo como tudo sempre se desenvolve.O resto nunca mais foi o mesmo.Nem cabelo, nem unha nem forma de sentir as coisas.Lá eu teria nem metade das experiências que tive aqui, mas também não teria sofrido tanto no percurso.Lá talvez eu amaria antes porque com toda a certeza o sentimentos eram mais fortes, mas não teria achado o amor da minha vida.Se eu disser que me adaptei, eu estarei mentindo.Não estou acostumada com o tipo de educação que me cerca.Não é aqui, é lá que era diferente.Lá era êxtase aqui é realidade, la não havia sofrimento, aqui eu já descobri angustia depressão e tristeza.Porque la eu vivia no mundo fechado dos meus pais e aqui eu tive contato com a vida e com o quanto a beleza dela vai dos olhos de quem vê, dos afortunados.Sem tempero não há beleza, há funcionalidade apenas em alguns casos.Não dá para "desexperenciar" o que eu já vivi.Não dá para apagar muita coisa que eu sinto que vem de dentro de mim.O conflito sou eu, é o espectro estranho e doente dentro de mim, só que em são paulo, em seus braços de conforto, como uma mãe, eu não sentia nem sabia de nada!